Querem subsídio… para o ilegal?

No Rio, sistema de vans em grande parte clandestino e dominado por milícias agora pede financiamento público — enquanto o transporte formal segue em crise
Subsídio

Por Paulo Valente

Nesta van, que circula pelo Rio, uma das poucas legalizadas no meio de milhares de clandestinas, vemos o apelo: “Subsídio já!”. A ironia é impressionante… O transporte alternativo, majoritariamente ilegal e controlado por milícias, agora quer financiamento público. Um sistema que não segue regras, não presta contas, não oferece segurança, não respeita itinerários, que está na contramão de tudo que significa uma mobilidade urbana de qualidade, quer ser sustentado por dinheiro do cidadão?

Essa concorrência desleal com os transportes regulamentados, como os ônibus, é um dos principais motores da degradação do transporte público. Enquanto o sistema formal cumpre normas, tem motoristas registrados, transporta gratuidades, segue itinerários, paga impostos e é fiscalizado, vans circulam à margem da lei, ocupando espaço e tirando passageiros do sistema regular que a cidade inteira precisa que funcione.

Quem fiscalizaria os recursos públicos destinados a um modal dominado por interesses paralelos? Como garantir transparência e eficiência num setor que, por definição, atua na sombra?

Subsídio no transporte é necessário sim, mas para o sistema regular, legalizado, com controle social, transparência e capacidade de planejamento urbano. Incentivar o descontrole é abrir mão de qualquer possibilidade de um transporte público digno.

O Rio precisa de um transporte público forte, estruturado e seguro. E isso só se constrói com legalidade, transparência e compromisso com o interesse público.

Imagem: Redes Sociais

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