Por Ônibus Paraibanos com informações de Lexicar
Imagens Paulo Rafael Viana / Kristofer Oliveira / JC Barboza
Em dezembro de 1995, data do 50º aniversário da empresa, foi apresentado o urbano Alpha (em aço ou duralumínio), em substituição ao Vitória, líder de mercado desde seu lançamento, sete anos antes, com 28.000 unidades produzidas. Em termos estéticos o Alpha era muito mais conservador do que seu moderno antecessor, dele se distanciando pelas linhas mais arredondadas, muito menos inspiradas; seria o primeiro de uma série de inexpressivos modelos urbanos lançados pela empresa ao longo dos anos seguintes.
Sob o ponto de vista construtivo, entretanto, o Alpha trazia avanços, detalhes menos visíveis, voltados para a redução de custos e facilidade de fabricação. Foi generalizado o uso de materiais plásticos (plástico reforçado com fibra de vidro, ABS e polipropileno), indo dos para-choques, grade dianteira e arcos de rodas às caixas de degraus, bancos, frisos externos e logotipos; o revestimento interno passou a ser feito com chapas de madeira prensada.
Outras inovações: portas com vidros colados, chapeamento externo contínuo, traseira em peça única de fibra de vidro, estrutura da base reforçada e instalação elétrica com circuito impresso. Este foi o primeiro produto da empresa em que recursos de informática foram amplamente utilizados, desde a fase do projeto até a produção.
Na Região Metropolitana de João Pessoa, o modelo não fez tanto sucesso como o seu antecessor Vitória. Apenas duas empresas da região, mais precisamente de Bayeux, tiveram o modelo em suas frotas e apenas um deles foi adquirido 0 km.
A Empresa Antônio Wilson, que operava linhas intermunicipais entre Bayeux e João Pessoa, trouxe o primeiro e único Alpha da região metropolitana da capital paraibana. Fabricado em 1997, possuía o chassi OF-1620 da Mercedes-Benz e rodou por 15 anos na frota da Wilson, entre 1997 e abril de 2012. Seu prefixo era o 5513.
A Empresa de Transportes Das Graças possuiu o outro Alpha da região metropolitana de João Pessoa. Com a mesma configuração do Alpha da Wilson, porém com ano de fabricação 1995 e ano modelo 1996, o 5703 da Das Graças foi adquirido usado entre os anos de 2001 e 2002 junto a empresa cearense Vitória e operou a sua única linha que era divida com as outras empresas que operavam no eixo Bayeux X João Pessoa, Wilson e Almeida, até 2014 quando foi substituído por um outro modelo da Caio, o Apache Vip I.
O último registro do antigo 5513 da Wilson foi na cidade de Rio Tinto no litoral norte paraibano, fazendo transporte rural.

Já o antigo 5703 da Das Graças passou por uma pequena empresa de turismo e posteriormente nas mãos de particulares. Mas ele teve um destino um tanto quanto inusitado e agora pertence ao No Alvo Airsoft Bus. O projeto, que é pioneiro no Brasil, apresenta uma releitura inédita de um esporte tradicional, o tiro ao alvo.

A estrutura montada num ônibus possui três stands de tiro, comportando até três participantes por vez, cada um com direito a um acompanhante, na categoria “Tiro ao Alvo”, com idade mínima de 6 anos. Contudo, de 6 a 12 anos, é necessária a presença de um responsável. Para brincar, cada participante paga uma taxa fixa, que custeia os itens de proteção e demais materiais necessários.
O veículo foi totalmente customizado, sendo envelopado e tendo a cor preta como a principal, não lembrando em nada os tempos em que pertencia a Das Graças na linha João Pessoa X Imaculada.