Em evidência mundo afora, estratégias ESG ganham os noticiários e pautam debates profundos de especialistas de diversos setores da economia global e no Brasil não é diferente. O país é conhecido pelo grande potencial a explorar no contexto da sustentabilidade e pela retomada do protagonismo desta agenda no cenário global.
A urgência do assunto pautou os debates do segundo dia da 22ª edição do Congresso de Mobilidade Urbana 2023, realizado em São Paulo. No painel, “A renovação frota e as perspectivas dos combustíveis renováveis na visão da ABRATI”, autoridades no assunto abordaram os desafios e oportunidades do país para colocar nas ruas um transporte coletivo de qualidade e eficiência, apto para as demandas e necessidades sociais.
Moderado pela jornalista Roberta Soares, o encontro destacou ainda as principais novidades e expectativas do setor. Na ocasião, Leticia Pineschi, conselheira da Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros (ABRATI), comentou as estratégias a curto, médio e longo prazos para a renovação sustentável da frota em consonância com a urgência da agenda ambiental.
“Estamos ansiosos por novidades e acompanhamos de perto as inovações tecnologias, mas é preciso ter clareza de onde estamos e que caminhos estamos traçando. Os veículos elétricos não são uma realidade para o nosso setor, mas não significa que não estamos avançando em pautas ESG”.
Especialistas ouvidos no encontro destacaram ainda que para o transporte rodoviário os esforços estão concentrados na renovação da frota e na utilização de combustíveis renováveis. Letícia observou que o Brasil aderiu ao sistema Euro 6, de normas que regulamenta a emissão de poluentes de motores a diesel, incentivando a renovação da frota com mais de 20 anos.
Outro fator em evidência foi a substituição do diesel por biocombustíveis, considerado o combustível do futuro o hidrogênio e que deve zerar a emissão de carbono no transporte rodoviários, “porém é uma alternativa a longo prazo, sendo considerada viável para no mínimo 10 anos”, ponderou Pineschi. A alternativa transitória com uma redução de emissão de 70% é a utilização do óleo vegetal hidrotratado (HVO), que já é uma realidade, e se apresenta como a solução onde deve se investir no momento.
Ainda de acordo com a ABRATI, as empresas de transporte terrestre de passageiros estão investindo fortemente em estratégias ESG de forma orgânica, sem respaldo jurídico ou incentivos tributários.
“As ações de sustentabilidade no transporte terrestre são o compromisso das empresas com a sociedade, assim como a entrega de um serviço de alta qualidade, seguro, e que os passageiros reconhecem e aprovam. Esperamos que num futuro breve nossas iniciativas sejam critérios para que empresas sérias e compromissadas possam investir ainda mais no cuidado com o planeta”, concluiu.