Fonte: Abrati
Inaugurado em 1991 na planta de São Bernardo do Campo, o CDT representou a consolidação da área de Desenvolvimento de Produtos da Mercedes-Benz do Brasil. O trabalho começou em 1963, com a implantação da Engenharia de Produtos dedicada a caminhões e chassis de ônibus. Com o CDT e as novas instalações – 18.000 metros quadrados construídos em área de 40.000 metros quadrados – foram agrupadas as diversas equipes e centralizadas todas as atividades em um mesmo local. Conheçam mais aqui nessa matéria!
Com o Centro de Desenvolvimento Tecnológico, a vocação de pioneirismo e inovação da montadora ganhou enorme impulso. Hoje, trabalham ali cerca de 650 profissionais, entre engenheiros, técnicos e outros especialistas. O mais recente feito dessa grande equipe foi o desenvolvimento das novas linhas de caminhões e ônibus que a Mercedes-Benz apresentou ao mercado brasileiro e latinoamericano no ano passado. Conforme observa Walter Sladek, diretor de Desenvolvimento Caminhões e Agregados da Mercedes-Benz do Brasil, o projeto foi iniciado em meados de 2008. Portanto, foi realizado em cerca de três anos, o que é notável quando se considera o porte e a variedade da linha de ônibus e caminhões e também a simultânea introdução da nova tecnologia BlueTec 5 e dos novos motores com sistema de pós-tratamento. “A nova linha de ônibus foi totalmente desenvolvida no Brasil – destaca Christian Flecksteiner, diretor de Desenvolvimento Ônibus. – Além de aprimorar ainda mais modelos já consagrados no mercado, criamos novos conceitos de produto, como os ônibus articulados O 500 MDA e UDA, low entry, de quatro eixos, sendo dois eixos na parte traseira. Essa configuração de veículo possibilita a instalação de carroçarias de até 23 metros, com capacidade para transportar mais de 200 passageiros.”
Com os novos articulados, a Mercedes-Benz passou a atender um novo segmento de alta capacidade nos sistemas de transporte coletivo urbano, como o BRT e os corredores exclusivos. A montadora aponta o sistema BRT como “solução em crescimento no Brasil”, pelas eficientes respostas que oferece aos projetos de aprimoramento da mobilidade urbana, especialmente nas cidades que sediarão jogos da Copa do Mundo de 2014 e competições da Olimpíada de 2016.
SUPORTE – Ao longo dos seus 20 anos de atividades, o Centro de Desenvolvimento Tecnológico também ofereceu suporte fundamental ao desenvolvimento dos produtos que a montadora denomina de “agregados”, como motores, sistemas de transmissão, eixos e outros. Na lista de inovações figura ainda a introdução de equipamentos de avançada tecnologia para caminhões e ônibus no mercado brasileiro. Entre eles: computador de bordo, diagnose on board, piloto automático, limitador de velocidade, câmbio automático, freio-motor auxiliar Top Brake, sistemas ABS/ASR, retarder, freios a disco, sistemas de elevação / rebaixamento e de ajoelhamento da suspensão de chassis de ônibus.
MOTORES – No Centro, o Laboratório de Motores é um sofisticado complexo tecnológico que monitora a potência, o torque e o consumo dos motores. Além disso, avalia as características da combustão, emissão de gases, vibrações e outras solicitações mecânicas. São 11 bancos de provas de última geração, que também atuam na homologação do motor e do sistema de pós-tratamento junto aos orgãos oficiais e auditorias. O Laboratório teve papel fundamental, por exemplo, no desenvolvimento dos motores para atendimento à legislação Proconve P7 (que exige forte redução das emissões de Material Particulado e de Óxidos de Nitrogênio, entre outros), e para o atendimento a novas demandas do mercado em termos de eficiência, desempenho, redução do consumo, confiabilidade e menor custo operacional.
ESTILO – O processo de desenvolvimento de conceitos e projetos da MercedesBenz do Brasil tem na área de Estilo uma equipe altamente especializada e avançados recursos tecnológicos, a começar pela prancheta eletrônica: ela permite que os primeiros esboços criados pelos designers sejam enviados diretamente para um computador. A partir daí diversos softwares são utilizados para dar andamento ao trabalho. Um deles, o Alias, utiliza imagens em 3D para dar forma ao desenho; já o Show Case torna ainda mais reais as imagens do Alias, possibilitando sua movimentação em vários sentidos. O novo design da linha de caminhões 2012 da Mercedes-Benz foi totalmente concebido pela área, seguindo conceitos estéticos mundiais dos caminhões da marca e aplicando inovações específicas para o mercado brasileiro.
Com o uso dessa e de outras ferramentas digitais para simulação de espaços e previsão do desempenho dinâmico e estrutural, os riscos do desenvolvimento são minimizados, pois os dados de confiabilidade do produto são acessados antes da montagem dos primeiros protótipos. Aplicando essa tecnologia, o foco da verificação por testes passa a ser a confirmação da confiabilidade esperada, evitando desperdícios de retrabalho e concentrando os esforços e horas de engenharia na validação de requisitos técnicos que tragam benefícios aos clientes.
HYDROPULS – Antes de chegar ao mercado, cada veículo é submetido a testes funcionais, de durabilidade operacional e de durabilidade estrutural. Protótipos dos veículos são especialmente construídos para definições conceituais e avaliações experimentais. Os testes envolvem desde a avaliação de um protótipo de ônibus ou caminhão em ruas, estradas pavimentadas, estradas de terra e campos de provas confinados, até testes específicos para os diversos sistemas veiculares e seus componentes em bancos de provas.
Os testes funcionais veiculares realizados no Centro de Desenvolvimento Tecnólogico da Mercedes-Benz podem ser estáticos (avaliações dimensionais, cinemática de suspensão, geometria de direção, torção, ergonomia, balanceamento energérico, interferências eletromagnéticas, entre outros), ou dinâmicos (dirigibilidade, homologação de freios, comportamento de suspensão, avaliações de trem de força, desempenho, consumo de combustível, aerodinâmica, ruído de passagem e outros). Os testes de durabilidade são feitos em condições que simulam as operações mais severas de clientes dos diversos mercados onde serão utilizados. Sistemas veiculares que não envolvam a segurança operacional são também muitas vezes testados em veículos de clientes, de modo a avaliar a realidade operacional.
Para os testes de durabilidade, o CDT dispõe do Hydropuls, denominação do sofisticado banco de provas que simula a operação de um veículo em uma ou mais condições severas. Nele, é possível acelerar o processo de avaliação de um componente, de modo que os resultados dos testes de durabilidade sejam alcançados mais rapidamente. O sistema reproduz no banco de provas as mesmas condições encontradas antes pelo veículo nos testes em campos de provas. A partir daí, o Hydropuls acelera os testes, realizando-os, se necessário, durante as 24 horas do dia.
Em 200 horas é simulado o equivalente a 50.000 quilômetros de testes operados em campos de provas, cuja realização em condições reais poderia demandar o prazo de um ano.
COMBUSTÍVEIS – Os engenheiros e técnicos do CDT também trabalham permanentemente no desenvolvimento do uso de combustíveis alternativos ao diesel de petróleo. Entre as experiências incluem-se, com sucesso, testes em bancos de prova e em caminhões e ônibus abastecidos com diesel de cana e biodiesel.
O êxito desses desenvolvimentos é observado especialmente no segmento de ônibus urbanos: o biodiesel já é utilizado normalmente em várias cidades; já os veículos a diesel de cana da Mercedes-Benz circulam em operações regulares na Ecofrota de São Paulo e vêm sendo testados em frotas do Rio de Janeiro.