Transporte coletivo como solução

Fonte: Paraíba online Texto: Fernando Soares Na última semana estive participando, em Natal e Brasília, respectivamente, de dois eventos sobre Transporte e mobilidade urbana. No primeiro deles, na ...

Fonte: Paraíba online
Texto: Fernando Soares

d53fe10d4d990897d2aac0788cf9133a

Na última semana estive
participando, em Natal e Brasília, respectivamente, de dois eventos sobre
Transporte e mobilidade urbana. No primeiro deles, na capital potiguar,
instituições representativas da sociedade civil, promoveram o Seminário Motores
do Desenvolvimento do Rio Grande do Norte, tendo como tema “Transporte e
Mobilidade Urbana”. Na capital federal, o Seminário Nacional NTU 2012 reuniu
empresários e especialistas para discutir “A Nova Mobilidade Urbana”. Nestes
eventos, a grata presença do Ministro das Cidades, o campinense Aguinaldo
Ribeiro.


Nos
dois eventos pudemos constatar que há um consenso entre os técnicos de que os
transportes coletivos são parte da solução para vários problemas que atingem as
cidades: trânsito, gastos financeiros desnecessários, perda de qualidade de
vida, poluição e o prejuízo ao direito de ir e vir que, em tese, deveria ser
estendido a todos.



Também é certo que os meios
públicos de transporte precisam de prioridade no espaço urbano. É uma questão
de lógica e inteligência: um ônibus convencional ocupa bem menos espaço que os
40 carros de passeio que ele pode substituir oferecendo conforto e rapidez aos
passageiros, se contasse com mais corredores e espaços exclusivos.



É fato também que muitas pessoas
deixariam seus carros em casa se os transportes públicos realmente recebessem a
prioridade que necessitam para atender bem às pessoas e deixar as cidades
melhores para se viver.



No entanto, também é uma
realidade que uma certa parcela da sociedade, que nem precisa ser altamente
privilegiada do ponto de vista financeiro, declara que jamais usaria os
transportes públicos justamente por eles serem coletivos, por melhores que eles
fossem.



Segundo Adamo bazani, jornalista
especializado em transporte, enquanto houver uma quantidade de pessoas que
pensam assim, a mobilidade não será a ideal.



Há muito tempo, principalmente
desde os anos de 1950, foi vendida no Brasil a ideia de carro como sinônimo de
status. Ou seja, foi trabalhada uma imagem junto com uma realidade: o carro
realmente era sinônimo de status. Mas o subproduto deste trabalho de marketing
foi classificar quem usa transporte público como um elemento menor na sociedade
o que nunca foi uma realidade.

Ocorre que o ser humano tem seu
lado coletivo e seu lado individualista.
Na
sociedade atual, muito competitiva, é mais fácil despertar o individualismo.
Individualismo
que, segundo Tocqueville, é um sentimento novo, nos padrões da sociedade atual
e se difere do egoísmo, que sempre acompanhou o ser humano.
O
egoísmo é algo sem controle já o individualismo é consciente e faz com que as
pessoas pensem em seu próximo como um ser que existe apenas para o servir.
Como
a indústria de automóveis trabalhou o lado individualista na sociedade moderna,
todos os interessados em que a mobilidade seja garantida pelos transportes
públicos não só devem defender corredores de ônibus e metrô. Mas devem também
convencer as pessoas a serem mais coletivas.
Modais
de qualidade são essenciais, mas também a mudança de comportamento e de estilo
de visão é importante para que tenhamos cidades melhores.