Há risco de perda de audição em motoristas de ônibus

Fonte: Blasting NewsTexto: Rachel Samm Foto: JC Barboza Dados estatísticos preocupantes referentes a acidentes no trânsito todos os dias ressaltam a necessidade de investimentos na área, pois a boa ou ...
Fonte:
Blasting News
Texto: Rachel Samm
Foto: JC Barboza


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Dados estatísticos preocupantes referentes a acidentes no trânsito
todos os dias ressaltam a necessidade de investimentos na área, pois a boa ou
má condução de um veículo envolve estímulos cognitivos e atitudinais do
motorista. 

As
principais funções psicológicas e cognitivas do ato de dirigir favorecem a
avaliação de fatores de risco de desenvolvimento de surdez dos motoristas de ônibus,
o que leva a um alerta sobre necessárias intervenções preventivas no trânsito.
 
Ocorre
que dirigir profissionalmente é altamente desgastante, causa fadiga e é
relacionada a fatores ambientais do local de trabalho. Há grande incidência de
perda auditiva no exercício da função, além da perda auditiva, como distúrbios
orgânicos, dores na cabeça, dores nas pernas e distúrbios psíquicos, como
estresse, irritabilidade e fadiga. Esses distúrbios afetam não apenas a
atividade de dirigir, mas invadem a vida social e coletiva dos motoristas de
ônibus.
 
Os motoristas de ônibus,
principalmente nas grandes cidades, só fazem crescer as estatísticas de perda auditiva
no exercício da função, pelo caos configurado com o trânsito. As condições de
saúde e de trabalho de motoristas de transporte coletivo urbano contribuem
imensamente para o aumento do estresse. Segundo a Associação Nacional de
Empresas de Transportes Urbanos (NTU, 1999), o caos do trânsito já atinge
cidades de pequeno porte também, e é inegável sua forte influência no estresse
em áreas urbanas.
 
O
ambiente de trabalho do motorista de transporte coletivo urbano
é diferente do ambiente das pessoas que desempenham atividades profissionais em
ambientes fechados como salas ou lojas, porque o trânsito não possui um local
definido para realizar as tarefas, o motorista fica sempre sujeito a problemas
com o clima, com as condições de tráfego e até do trajeto das vias.
 
Deve
ser criado um Programa de Conservação Auditiva a respeito do risco físico do
ruído acima dos limites de tolerância estabelecidos pela legislação do
trabalho, conforme o PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – NR9 –
que tem o objetivo de preservar a audição dos motoristas e pedestres na
sociedade.
 
A
NR7 (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO) estabelece
diretrizes para a avaliação e acompanhamento da audição dos trabalhadores
através da realização de exames audiológicos (audiometrias), cabendo às
empresas a adoção de programas que visem à conservação da saúde auditiva dos
trabalhadores.
 
A
Medicina Ocupacional afirma a necessidade de proteção auditiva para todos
aqueles submetidos a níveis de pressão sonora superior a 85 db. Em geral,
prejudica-se o trabalhador, sem lhe dar a devida proteção, e, ao final, este
ainda é punido com a perda da Carteira Nacional de Habilitação ou com
impedimento temporário de acesso ao trabalho, o que é uma agressão ao trabalhador.
 
A
condição de trabalho estressante e estafante interfere no estado
psicofisiológico do motorista, levando a irritabilidade e, por vezes, a um
comportamento agressivo na direção, causa insônia, diminui os reflexos e
distúrbios na atenção, fatores essenciais para uma direção segura.
É
necessário caracterizar as condições de saúde dos motoristas de transporte
coletivo urbano por ônibus, as péssimas condições de trabalho a que são
constantemente submetidos, bem como a identificação de risco de perda auditiva
durante o exercício da função.

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