Por Revista AutoBus
Imagens Divulgação
Eduardo Tows, engenheiro mecânico e gerente de manutenção de uma das empresas que operam no Sistema de Transporte em Curitiba, PR, tinha um sonho – adquirir um modelo de ônibus que fez parte de sua infância. E esse modelo era chamado de Gabriela, produzido pela Caio, lá na década de 1970, mais precisamente, desde 1974.
A carroçaria possui linhas mais retas, grande área envidraçada, amplo uso de fibra de vidro e iluminação fluorescente de série, com colunas inclinadas. Com o Gabriela, a Caio lançou o para-brisa traseiro plano, em peça única, solução logo copiada pelo restante da indústria. Ela também serviu de base para a primeira versão articulada da fabricante paulista.
Tows não mediu esforços para concretizar seu sonho. Encontrou na cidade paranaense de Colombo o veículo, estacionado na rua, sendo que há cinco anos não era utilizado. Segundo ele, o modelo estava fora das cores originais e, por meio de pesquisa da placa no Sistema de Transportes de Curitiba, foi possível descobrir, pelo prefixo, que ele foi produzido originalmente para a Auto Viação Nossa Senhora da Luz.
Durante o processo de restauração do modelo, o engenheiro comentou que teve ajuda de muitos amigos e que as peças que faltavam foram adquiridas em Minas Gerais e também em São Paulo e outras tiveram que ser fabricadas. “Várias peças foram garimpadas para o Gabriela. Com a ajuda de parceiros e amigos, que também queriam ver o veículo pronto pela importância histórica e pelo resgate de memória do transporte coletivo, consegui muitos itens”, comentou.
Segundo Tows, foram mantidos no Gabriela os frisos, máscara de farol, farol Sealed Beam, válvula da porta, limpador a ar pneumático, plaquetas de identificação de entrada e saída. “Até mesmo foram reaproveitados os furos das chapas antigas para que não fossem danificadas as mesmas. A porta traseira, que estava fechada, foi reaberta, e a catraca que o veículo não possuía, foi doada por parceiros”, observou. Para se ter uma ideia da atenção disponibilizada no restauro, todas as peças originais do Gabriela ou como funcionavam originalmente, foram mantidas ao máximo. Uma lente de luz interna quadrada, produzida na época pela Caio, foi incorporada, deixando o ônibus 100% original.
“O Caio Gabriela com certeza é o diferencial da minha coleção. É um modelo que foi ícone dos anos 70, muito a frente da época com excelente estrutura e qualidade. Além de participar de exposições, o veículo receberá, em breve, também a placa preta, que significa que o ônibus tem um valor histórico e grande nível de originalidade”, finalizou Tows.