Por Jornal Opção – Rafael Oliveira
Imagem JC Barboza
Os credores da recuperação judicial do grupo Transbrasiliana aprovaram nesta terça-feira, 26, o plano de recuperação judicial por unanimidade na assembleia geral, ocorrida na sede da empresa em Goiânia. O texto aprovado traz mudanças pontuais em relação ao original apresentado na assembleia de janeiro. Os credores trabalhistas aprovaram com 100% dos votos presentes. Os quirografários que votaram pela aprovação foram quase 70%, que representam quase 80% dos Créditos habilitados na recuperação, segundo o administrador judicial.
Após a assembleia, os pagamentos de credores serão regidos pelas regras do texto aprovado pelos credores presentes, no prazo e valores estipulados.
O administrador judicial do grupo, Marino Tolentino, explicou que os valores devidos aos trabalhadores serão pagos em um ano, sem deságio – desconto sobre o valor total – e com uma correção de 0,5% mais a Taxa Referencial, conhecida popularmente como TR, que é uma taxa mensal que foi criada para servir de referência para a taxa de juros no Brasil, numa tentativa de controlar a inflação.
Outra alteração no plano impacta na habilitação de novos créditos no futuro. A partir do momento em que o plano aprovado for homologado pelo juiz responsável pela recuperação, as pessoas que tiverem créditos para serem habilitados no processo terão um ano para ingressar com o pedido.
Os administradores judiciais estudam vender dois imóveis para injetar dinheiro no pagamento de credores e fluxo de caixa para as despesas ordinárias do grupo. Um imóvel está em Anápolis (GO) e outro em Xinguara (PA), uma antiga garagem de ônibus desativada. Tolentino sugeriu que o lote de 17 mil metros quadrados seja fracionado para ficar facilitar a venda. Segundo propostas recebidas de possíveis compradores, os lotes vendidos individualmente renderiam R$ 4,250 milhões ao grupo.
Advogado tenta suspender assembleia no Judiciário
Um advogado do escritório Carraro Advogados Associados tentou suspender a assembleia de credores na segunda-feira, 25, ao pedir uma liminar ao juiz Aureliano Albuquerque Amorim, negada em decisão publicada no mesmo dia.
Durante a assembleia, o advogado Lando Borges Botosso pediu a palavra para justificar o pedido de suspensão. Segundo ele, outro processo em andamento na 3ª Vara Cível de Anápolis investiga a possibilidade de um grupo econômico ser arrolado ao pagamento das dívidas da falida Viação Anapolina.
Segundo Botosso, se a identificação de grupo econômico prosperar no outro processo, a recuperação judicial da Transbrasiliana seria diretamente afetada e o trabalho realizado até o momento perdido.
Em defesa da continuidade da recuperação, o advogado Fernando Lobo da Viação Goiânia separou os dois processos e explicou, em discurso, que um não influenciaria no andamento do outro. Segundo Lobo, o processo que corre na Vara de Anápolis pode demorar alguns anos e não poderia inviabilizar a recuperação judicial do grupo Transbrasiliana. A Viação Goiânia é credora quirografária na recuperação da Transbrasiliana.