Madureira vira opção de roteiro turístico, com passeios de uma hora em ônibus elétricos

Com dez quilômetros de extensão e uma hora de duração, o passeio terá um guia e passará pelas principais atrações do bairro.
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Nem Copacabana, Ipanema ou Leblon. Em parceria com empresas interessadas em demostrar tecnologias alternativas e menos poluentes do que o diesel que podem ser adotadas pelo transporte público no futuro, a Prefeitura do Rio escolheu o bairro de Madureira e vizinhanças, na Zona Norte, para fazer uma espécie de passeio turístico e cultural gratuito pelos subúrbios da cidade com ônibus elétricos e a gás natural. A viagem inaugural do projeto Verão Verde será dia 5 de novembro, quando é comemorado o Dia Nacional da Cultura.

Com dez quilômetros de extensão e uma hora de duração, o passeio terá um guia e passará pelas principais atrações do bairro. Começará em frente à Arena Carioca Fernando Torres em um dos acessos ao Parque Madureira para seguir um roteiro definido. A primeira passagem será em frente ao Palácio Rio 450 (Oswaldo Cruz) uma construção de 1920, reformada pela prefeitura em 2015 para celebrar o aniversário de 450 anos da cidade. No bairro, viveu Paulo Bejamin de Oliveira, que nas primeiras décadas do século passado promovia rodas de samba em casa e foi um dos fundadores da Portela.

Do Palácio Rio 450, o roteiro prossegue passando em frente à Feira dos Yabás, quadra da Portela, Viaduto Negrão de Lima (onde é realizado o tradicional baile charme do bairro), Mercadão de Madureira, Estádio Aniceto Moscoso (sede do time do Madureria) e a quadra da Império Serrano. Os coletivos terão capacidade para 79 passageiros (40 sentados).

— A cultura não pode se resumir apenas a poucas regiões da cidade. Queremos que o Rio se desenvolva por completo. Estamos levando o turismo cultural para uma região que é a alma do carioca — diz o secretário municipal de Cultura, Marcus Faustini.

O Verão Verde também faz parte do programa Zona de Cultura da prefeitura, que se propõe a desenvolver projetos que ampliem opções culturais no bairro, inclusive destinando recursos financeiros. As primeiras regiões contempladas foram Madureira, Santa Cruz e a área do Porto Maravilha.

O potencial turístico de Madureira já foi alvo em 2017 de um estudo do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) que definiu o bairro como “um dos formadores da identidade carioca, seja pelo samba que de lá emana, seja pela personalidade dos seus moradores, dos transeuntes e da população em geral’’.

Se o turista ou o visitante quiser estender sua visita ao Rio até os subúrbios da Zona Norte da cidade, Madureira é uma pedida certa, pois o bairro tem muitos atrativos. Abriga, por exemplo, um dos maiores parques do Rio, o Parque Madureira, com cerca de 93 mil metros quadrados.

A secretária municipal de Transportes, Maina Celidonio, explica que a prefeitura fez uma convocação pública para que empresas demonstrassem novas tecnologias menos poluentes que os ônibus que atualmente circulam na cidade. Ao todo, serão colocados quatro veículos em operação, entre elétricos e a gás.

— Hoje, o investimento na compra da carroceria tradicional do ônibus ainda é maior que o dos coletivos tradicionais. Mas, em compensação, a manutenção sai mais barata. A gente avalia que levando-se em conta os dois fatores, o custo global é semelhante. Além de provocarem menos poluição do ar e gerarem menos ruídos, esses coletivos são equipados com motores traseiros, dando maior conforto para os motoristas — explicou Maina Celidonio.

Por Extra