Expresso Vera Cruz solicita a devolução de linhas da Grande Recife ao Governo de Pernambuco

Expresso Vera Cruz busca reequilíbrio financeiro e aponta prejuízos acumulados em operações.
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A empresa Expresso Vera Cruz, sediada em Jaboatão dos Guararapes (PE) e que opera no Sistema de Transporte Público de Passageiros da Região Metropolitana do Recife (STPP/RMR), solicitou ao Grande Recife Consórcio de Transporte a devolução de nove linhas que estão sob sua operação, além de alterações em outras linhas. O oficio enviado pela empresa é datado do último dia 05 de fevereiro, destinado ao diretor-presidente da empresa pública, que é vinculada à Secretaria de Mobilidade e Infraestrutura  (Semobi).

De acordo com o Ofício VRC/DO N° 20/2024 a empresa afirma que é notório a vitória na disputa na licitação realizada em 2014 para o Lote 04 do STPP/RMR, e que o Edital previa a aporte de subsídio em favor do referido Lote.

Além de que, o Consórcio de Transportes da Região Metropolitana do Recife (CTM) postergou a assinatura dos Contratos de Concessão dos lotes vencedores e, no caso, do Lote 04 vencido pela Expresso Vera Cruz, até que houve a revogação pelo Consórcio de toda a licitação no ano de 2019, após mais de 4 (quatro) anos do resultado de homologação e adjudicação. A empresa alega no documento que 66% dos seus passageiros transportados, são integrados e que desde a implantação da linha Sul do Metrô, e dos terminais integrados a empresa acumula déficit e acarretando o consequente e reiterado desequilíbrio econômico-financeiro da operação, apresentando o maior déficit operacional em todo STPP/RMR.

A empresa alerta também que, a empresa São Judas Tadeu não operava no Município de Jaboatão dos Guararapes e que foi contemplada com várias linhas Superavitárias circulando na área de atuação da Expresso Vera Cruz, afetando o seu desempenho operacional, citando como exemplo as linhas Curcurana, Comportas e Shopping Recife. Sendo que, as linhas obrigatoriamente deveriam ser deferidas à empresa operadora com terminal mais próximo, no caso a Expresso Vera Cruz.

Entre as linhas exemplificadas está o itinerário da rota 185 – Cabo/Recife, que deveria finalizar a rota no TI Cajueiro, mas atualmente está se sobrepondo à linha da Vera Cruz.

Outra reclamação proferida pela empresa no documento remete a pandemia da Covid-19, que em 2020 ocasionou a redução drástica do número de passageiros, assim tornando as linhas do Lote 04 ainda mais deficitárias e dependentes de subsídio. Porém a medida só foi tomada em 2023 e mesmo assim, com atrasos no pagamento do subsídio que chegam a 180 dias.

Com isso a empresa entende que é necessário, no período de 90 dias, ‘racionalizar’ a operação e solicitou as seguintes mudanças operacionais:

  • Unificação das llinhas 122 – Vila do Ipsep e 121 – Vila da Sudene, com saída do Terminal Integrado Tancredo Neves;
  • Assumir toda a operação das linhas 115 – Afogados/TI Aeroporto e 155 – Jordão Baixo/Boa Viagem, permutar toda a operação das linhas 141 – Jardim Monte Verde/TI Tancredo Neves e 142 – Alto Dois Carneiros (Tancredo Neves) e sua participação na linha 118 – Prazeres/Boa Viagem;
  • Devolução de nove linhas:
    • 110 – Ibura/TI Prazeres;
      120 – Alto Dois Carneiros/Shopping Recife;
      135 – UR-10/TI Tancredo Neves;
      136 – UR-05/TI Tancredo Neves;
      178 – Porto de Suape/TI Cabo;
      196 – Nossa Senhora do Ó/TI Cabo;
      197 – Cabo/Ipojuca;
      198 – Ipojuca/TI Cabo;
      199 – Camela/TI Cabo.

Para cobrir o déficit da operação com o não reajuste das passagens e a unificação dos anéis tarifários, o Estado decidiu que vai aumentar o subsídio público que vem transferindo para o sistema desde que a licitação das linhas de ônibus foi parcialmente realizada e que em 2023 chegou a R$ 250 milhões por ano.

Leia o Ofício na íntegra:

Imagem: Francisco Dornelles Viana de Oliveira

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