O Grupo SHC apresentou nesta quinta-feira (11)uma nova marca de veículos no Brasil, a Ankai. Com um histórico de ações disruptivas ao longo de sua trajetória de 33 anos no mercado brasileiro, a empresa foi responsável, cronologicamente, pela chegada ao país das marcas Citroën, Jaguar, Hummer, Aston Martin e JAC Motors. Desta vez, o Grupo SHC traz não só uma nova montadora, mas também um novo segmento para o seu portfólio.
A Ankai é uma das líderes mundiais em desenvolvimento, produção e vendas de ônibus movidos por novas energias – 100% elétricos, gás e hidrogênio. Atualmente, o Grupo SHC, que tem o experiente empresário Sergio Habib como presidente, é o importador oficial de carros, picapes, vans e caminhões elétricos da JAC Motors e centro de assistência técnica no Brasil da CATL, maior player mundial de produção de baterias, com 37% da produção global.
Desenvolvidos para uso urbano, trafegando por corredores ou faixas comuns das vias públicas, a linha Ankai de ônibus 100% elétricos é sinônimo de sustentabilidade e, por sua natureza amigável, impacta positivamente na imagem do transporte coletivo, sem contar os benefícios em favor dos passageiros. Confortáveis e silenciosos, eles surpreendem pela ausência de vibrações e suavidade ao rodar. Os modelos da Ankai representam um salto gigantesco no bem-estar dos usuários do transporte coletivo, inclusive por não emitirem gases poluentes e melhorarem diretamente a qualidade do ar que a população respira diariamente.
De acordo com Sergio Habib, presidente do Grupo SHC e da Ankai do Brasil, a eletrificação virou sinônimo de ação de Marketing no nosso país, objetivando aprimorar a imagem da montadora ao torná-la amiga do meio ambiente. Mas isso é pouco. “Trouxemos os primeiros modelos 100% elétricos da JAC Motors em 2019, e imediatamente assumimos a liderança nas vendas de caminhões 100% elétricos, que são vistos corriqueiramente nos grandes centros urbanos do Brasil. Temos exatos 87% de todas as vendas realizadas de 2020 a 2023. E é também apoiada nessa vocação urbana que resolvemos investir nos ônibus 100% elétricos da Ankai”, explica.
Os modelos trazidos pela Ankai representam um novo patamar para o mercado de ônibus elétricos produzidos em larga escala. Estarão disponíveis em versões de vários portes e piso alto ou baixo – OE-6 (Micro, 6 metros), OE-8 (Mini, 8 m), OE-10 (Midi, 10 m), OE-12 (Urbano, 12 m), OE-13 (Padron), OE-15 (Básico), OE-18 (Articulado) e Double Decker (dois andares), com autonomia de acordo com o pedido de cada cliente (entre 250 km e 350 km).
Conheça a Ankai
A Anhui Ankai Automobile Co., Ltd. é uma empresa do grupo JAC Motors e foi fundada em 1966. Especializada na produção de ônibus, a marca atualmente conta com mais de 3.000 funcionários e capacidade de produção anual de 20.000 ônibus – semelhante ao mercado total de veículos no Brasil (dados de licenciamento em 2023).
A companhia possui a mais completa linha de produtos de ônibus elétricos de todas as marcas globais, bem como o maior número de cidades operando com seus ônibus elétricos e ainda a maior quilometragem operacional de um único ônibus 100% elétrico. O primeiro ônibus movido a eletricidade foi produzido em 2003. Quatro anos depois já começava a ser vendido em escala comercial. Em 2008, a marca forneceu uma frota desse tipo de veículo para ser utilizada como transporte oficial das Olimpíadas de Beijing. Há modelos rodando em diversas cidades na China, ininterruptamente, há 8 anos e com mais de 600 mil km rodados.
Possui um Centro Nacional de Desenvolvimento Tecnológico, que foi fundado em 2011 para o desenvolvimento e aplicação de sistemas em ônibus de novas energias. É líder na cooperação com universidades de renome mundial no desenvolvimento de peças e conectividade para ônibus elétricos e de hidrogênio, como a Universidade da Califórnia, a Universidade de Ciência e Tecnologia da China, Anhui University e a Universidade Jiaotong de Shanghai.
A empresa desenvolve produtos que atendem às necessidades de diversos clientes ao redor do mundo, tendo exportado para mais de 100 países, incluindo Estados Unidos, Reino Unido, França, Itália, Austrália, Arábia Saudita, México e, agora, Brasil.
Mas por que ônibus 100% elétricos?
A conservação e a proteção ao meio ambiente são fundamentais para garantir um modo de vida sustentável e precisam envolver todas as instituições governamentais e empresariais, bem como persuadir toda a população de sua relevância. Montadoras de veículos, por sua vez, devem (ou deveriam) ofertar produtos que emitam menos poluentes – preferencialmente “zero” –, como é o caso desse lançamento múltiplo que a Ankai faz, por intermédio do Grupo SHC, ao apresentar esses modelos de ônibus 100% elétricos.
Ao transformar a forma como investimos na mobilidade, principalmente urbana, estamos atuando diretamente na conservação do meio ambiente. A poluição e a má qualidade do ar são problemas muito graves nos grandes centros urbanos do país, causando males à saúde, prejuízos à natureza e intensificando o aquecimento global. Um dos grandes agentes nocivos dessa cadeia é o veículo urbano movido a diesel.
O ônibus com propulsão totalmente elétrica, com zero emissões, é a solução definitiva para erradicar essa questão. Por mais que o segmento automotivo anuncie com profusão diversas ações sustentáveis, o fato é que pouco se faz de efetivo para atacar o cerne das emissões. A não ser iniciativas isoladas, mas emblemáticas, como esse lançamento do Grupo SHC.
Economia substancial no custo por km rodado
Diante dos compromissos globais de redução de emissão de CO2, principalmente nos grandes centros urbanos, a substituição de veículos a diesel por modelos livres de emissão desponta como uma solução inequívoca. A família de ônibus 100% elétricos da Ankai é a resposta imediata para essa ação. Um ônibus movido a diesel que rode, hoje, 60.000 km por ano, emite cerca de 60 toneladas de CO2 no período. “São cerca de 1.200 toneladas emitidas por apenas um veículo a diesel em seu período de vida útil, ao redor de 20 anos! A introdução dos ônibus Ankai nas frotas urbanas vai diminuir imediatamente essa gigantesca emissão de carbono”, acentua Habib.
Eles são extremamente econômicos também no custo por km rodado. Cada um dos modelos pode ter sua autonomia customizada, de acordo com a necessidade de operador, variando entre 250 km e 350 km. Considerando a quilometragem diária de 200 km, que é a distância percorrida em média pelos ônibus urbanos no Brasil, apenas para efeito de cálculo, cada recarregamento vai exigir por volta de 240 kWh (modelo OE-12). Isso vai dispender um total de R$ 156 diários (R$ 47 mil ao ano), considerando o custo médio de R$ 0,65 por kWh no Estado de São Paulo.
Veja agora o que acontece num ônibus urbano de mesmo porte: para rodar os mesmos 200 km, ele precisará, no mínimo, de 80 litros de combustível. Ao preço médio de R$ 6,00, essa conta saltará para R$ 480 (R$ 144 mil). Na prática, observa-se o óbvio: o modelo da Ankai oferece uma economia de cerca de R$ 100 mil por ano frente aos modelos similares a combustão, sem contar o custo de manutenção, que é de cerca de metade do que se gasta atualmente.
Referência mundial em dispositivos de Segurança
Os ônibus da Ankai exibem recursos tecnológicos voltados à segurança de última geração, com destaque:
- A estrutura integral construtiva do veículo (monobloco) é semelhante à construção da fuselagem de aeronaves. Ela integra uma carroceria que é armada com soldas robotizadas e usa aço carbono com liga de manganês. Por ter rigidez torcional muito maior que o sistema de chassi mais carroceria aparafusada, vendidos no Brasil, os modelos da Ankai são mais leves que seus rivais – o modelo Urbano, por exemplo, pesa 2 toneladas a menos que o similar nacional, apresentando 20% mais eficiência em consumo de energia, o que também impacta na conservação asfáltica das vias urbanas.
- Sistema de proteção da carroceria por imersão, semelhante à tecnologia só empregada em carros de passeio. O veículo sai da fase de armação de chassi e carroceria e “mergulha” em tanques para ser pintado, em um sistema de cataforese (espécie de eletroforese). O resultado é uma qualidade muito superior no acabamento e maior durabilidade do veículo com a aparência de “novo”.
- Berço selado para acondicionar as baterias e arquitetura construtiva que isola e protege outros componentes críticos, como bomba de direção elétrica, motores de acionamento e compressor elétrico. Os ônibus Ankai passam por testes de vedação a 10 km/h em tanques alagados com profundidade de 30 cm. Também são feitos testes com até 50 cm, onde o veículo é estacionado por 24 horas e, posteriormente, é checada a capacidade de vedação.
- Baterias instaladas em locais completamente isolados do compartimento de passageiros (nas letarais ou no teto).
- Sistema semelhante ao BOS (Brake Override System) dos automóveis, que reconhece quando o pedal do acelerador e de freio são pressionados simultaneamente. Ele faz o freio prevalecer e ajuda a evitar acidentes.
- Sistema de regeneração de carga das baterias durante as frenagens, o que aumenta a autonomia no uso urbano.
- Auto Hold – sistema de auxílio de partida em rampas.
- Segurança dimensionada em cinco etapas para evitar acidentes com as baterias de alimentação:
- 1) as baterias são enclausuradas em um berço à prova de fogo e que possui efeito retardante de chamas.
- 2) sistema de detecção de fumaça e alarme de transmissão sem fio.
- 3) sistema eletrônico de proteção contra sobrecorrente, sobretensão, sobrecarga e descarga excessiva da bateria.
- 4) sistema de desbloqueio e desencaixe rápido do compartimento da bateria.
- 5) sistema de disparo automático dos extintores de incêndio.
- Já o sistema de alta tensão do veículo, composto por módulos, chicotes, cabos de energia e dispositivos eletrônicos, atua com o seu respectivo sistema de segurança, que conta com seis recursos:
- 1) atuação de fusível específico para prevenir sobrecorrente de alta tensão.
- 2) sistema de proteção de segurança de ligação fumaça-fogo nas baterias.
- 3) comutação automática on-off de sobrecorrente de alta tensão.
- 4) duplo sistema de segurança na distribuição de energia de alta tensão.
- 5) proteção de segurança ativa com detecção de vários níveis e isolamento.
- 6) proteção automática contra sobrecorrente e sobretensão do sistema de energia.
Além disso, o veículo possui um módulo de controle que, em caso de sobrecarga no carregamento, se “comunica” com o sistema de gerenciamento de bateria para restringir a carga. Durante essa etapa de recarga, o sistema monitora em tempo real as informações do sensor de temperatura na conexão do plugue de carregamento.
Sistema ADAS como equipamento de série de todos os veículos
Disponível em carros luxuosos, o ADAS é um sistema de apoio de condução ao motorista. Ele detecta a presença do pedestre à frente do veículo, por exemplo, dimensiona a gravidade do acidente e o possível atropelamento e age: exibe um ícone no painel e emite um tom de alerta contínuo para advertir o motorista do potencial risco de acidente.
O sistema, pelo mesmo princípio, “lê” uma possível colisão com o veículo à frente e emite um alarme característico até 2,7s antes da colisão, o que proporciona um tempo de reação seguro para o motorista. No painel, ele exibe um ícone do veículo à frente e a distância até ele.
Outros recursos disponíveis consistem na indicação de limite de velocidade e na detecção de mudança involuntária de faixa de rolamento, o que pode indicar sonolência ou distração do condutor. Em ambos os casos, o sistema emite uma sirene contínua e também exibe um sinal de alerta ao motorista.
Modelos disponíveis para todas as necessidades urbanas
No Brasil, a nova linha de ônibus elétricos da Ankai estreia com soluções abrangentes para preencher todas as necessidades de transporte coletivo de pequenas, médias ou grandes cidades. Os modelos podem acondicionar 10 passageiros sentados (OE-6), 20 passageiros (OE-8), 25 passageiros (OE-10) a até 33 passageiros (OE-12).
- OE-6 | Micro
- OE-8 | Mini
- OE-10 | Midi
- OE-12| Urbano
Torque à vontade em todos os modelos
Equipados com bateria de íon-lítio, da CATL, os modelos da Ankai possuem a seguinte oferta técnica de produtos no Brasil, sempre equipados com motores elétricos da Dana, de acionamento síncrono de ímã permanente.
- OE-6 – 190 kW (258 cv) de potência e 1.900 Nm (193,9 kgfm) de torque máximo. A bateria pode ser oferecida de 141 kWh a 210 kWh de capacidade máxima de carga.
- OE-8 – 200 kW (272 cv) de potência e 2.500 Nm (255,1 kgfm) de torque máximo. A bateria pode ser oferecida de 210,6 kWh a 282 kWh de capacidade máxima de carga.
- OE-10 – 245 kW (333 cv) de potência e 3.329 Nm (339,7 kgfm) de torque máximo. A bateria pode ser oferecida de 281,9 kWh a 338,4 kWh de capacidade máxima de carga.
- OE-12 – 245 kW (333 cv) de potência e 3.329 Nm (339,7 kgfm) de torque máximo. A bateria pode ser oferecida de 300,8 kWh a 422,9 kWh de capacidade máxima de carga.
Além dos motores Dana, os modelos da Ankai contam com fornecedores globais em vários outros sistemas, como caixa de direção eletro-hidráulica da Bosch, sistema de ar-condicionado de série da Valeo e da Songz e módulo ABS e sistema pneumático de suspensão da Wabco.
Imagens: Divulgação/Ankai Brasil
Receba as notícias em seu celular, clique aqui para acessar o canal do ÔNIBUS & TRANSPORTE no WhatsApp.