A Prefeitura de Santos, no litoral paulista, anunciou hoje (23) que a tarifa do transporte público municipal será mantida sem reajuste durante o ano de 2024. Em um esforço para garantir estabilidade aos usuários, os valores permanecerão em R$ 5,25, o mesmo praticado desde fevereiro do ano passado. A medida acompanha um aumento nos recursos destinados ao subsídio mensal, que passará de R$ 1.5 milhão para R$ 2.25 milhões.
“Trabalhamos para congelar o valor da tarifa por mais um ano, sem qualquer aumento no preço da passagem, o que é muito importante para as pessoas que fazem uso do transporte público de Santos. Além disso, vamos cobrar as melhorias que nossas frotas e linhas precisam para oferecer um serviço cada vez melhor aos usuários do sistema”, afirmou o prefeito Rogério Santos.
A decisão de congelar a tarifa segue o previsto no contrato de permissão com a Viação Piracicabana, empresa responsável pelo serviço na cidade. A atualização anual considera diversos fatores, incluindo os custos de combustível, lubrificantes, peças, acessórios e folha de pagamento. Entretanto, o maior impacto na determinação do preço está relacionado diretamente à redução do número de passageiros pagantes.
Desde a pandemia, a quantidade de usuários não retornou aos níveis anteriores, com uma queda significativa de cerca de 53% no total de passageiros pagantes, que passou de 3,2 milhões por mês para aproximadamente 1,5 milhão em 2023.
O aporte público para custeio da tarifa de transporte é regulamentado por lei municipal desde 2015 e é uma prática adotada por diversas cidades do país para incentivar o uso do transporte público. O aumento do subsídio visa garantir um serviço de qualidade aos usuários, minimizando o impacto na renda e evitando uma maior perda de passageiros no sistema.
Desafios do transporte público pós-pandemia
Um estudo atualizado realizado pela Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) revelou que o transporte público continua enfrentando desafios significativos em decorrência da pandemia de Covid-19. Tanto os ônibus quanto os sistemas sobre trilhos experimentaram uma queda na demanda de passageiros que chegou a 80% durante a crise, e mesmo após o período mais agudo, ainda não conseguiram recuperar o volume de passageiros pré-pandêmico.
Embora haja uma leve melhora na situação pós-pandemia, a recuperação tem sido apenas parcial. Diante da demora na volta dos passageiros, há uma expectativa de que muitos tenham deixado permanentemente o sistema, influenciados por diversos fatores, como a crise econômica, a popularização dos aplicativos de mobilidade urbana e o aumento do trabalho remoto.
Imagem: Divulgação/Prefeitura de Santos
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