A Expresso Gardênia enfrenta novos desafios após mais dez ônibus serem retirados de circulação na última semana durante uma inspeção realizada pela Secretaria de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias (Seinfra) e o Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG). A operação, que ocorreu entre quinta (16) e sexta-feira (17), faz parte do desdobramento da Operação Ponto Final e teve como objetivo verificar se os problemas encontrados em abril foram solucionados e inspecionar outros veículos. A informação foi dada inicialmente pelo G1.
No total, 20 ônibus foram vistoriados, dos quais dez apresentaram inconformidades em itens de manutenção e segurança e foram retirados de circulação. Durante a fiscalização, foi constatado que dois veículos estavam baixados no Sistema de Gestão do Transporte Intermunicipal (SGTI), três não estavam registrados no sistema e, portanto, não possuíam autorização para operar, e outros três já tinham sido retirados de operação em ações anteriores, permanecendo em situação irregular.
Nesta segunda-feira (20), a empresa prometeu entregar ao governo uma proposta para a retomada de parte das linhas intermunicipais que opera no Sul de Minas, interrompidas após a primeira fase da fiscalização em abril. Segundo o advogado da empresa, a Gardênia atualmente opera pequenos trechos na região, mas a falta de solução gera transtornos para os moradores que utilizam vale-transporte da companhia. As empresas que assumiram alguns trechos ainda não conseguiram se adequar para oferecer o serviço de vale-transporte.
A Viação Cambuí informou que os usuários que precisarem trocar os vouchers da Gardênia devem enviar um e-mail para pedido_passes@autoviacaocambui.com.br para receber instruções sobre a solicitação do novo voucher. A expectativa é que a transferência seja realizada ainda nesta semana.
A Seinfra informou que a Gardênia permanece com as linhas suspensas em caráter emergencial e, desde a notificação, não houve alteração na relação de linhas operadas pela viação. Outras empresas estão temporariamente cumprindo as rotas. A Gardênia tem um prazo regulamentar de 90 a 180 dias para solucionar as irregularidades e demonstrar sua capacidade operacional. Sem a regularização, a empresa pode perder a concessão das linhas.
A defesa da Expresso Gardênia afirmou à EPTV, afiliada da TV Globo, que a empresa está trabalhando para seguir as determinações e já apresentou defesa administrativa referente às infrações aplicadas pelo DER-MG. O plano de ação contempla a renovação da frota, adoção de estratégias operacionais, contratações e monitoramento dos ônibus.
A Gardênia orienta os usuários a buscarem informações sobre as rotas nos guichês das empresas Santa Cruz, Gontijo e Viação Cambuí, que assumiram temporariamente a maioria dos trechos sul-mineiros. A companhia atende 107 municípios na região e transporta quase 2 milhões de passageiros por ano, mas enfrenta críticas por problemas como falta de conforto e segurança e descumprimento de horários.
Se não houver regularização da frota, a Expresso Gardênia pode perder a concessão das linhas intermunicipais, segundo a Seinfra. “Se ela não conseguir recuperar a condição técnica de operação, o contrato dela pode ser cassado. Todo o processo segue a legislação federal, que prevê uma duração entre 90 e 180 dias para essa decisão”, explicou a secretaria.
Imagem: Rodrigo Gomes
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