Os motoristas de ônibus de João Pessoa decidiram, nesta quarta-feira (29), manter a greve iniciada na última segunda-feira (27). A decisão foi tomada após audiência de instrução no Tribunal Regional do Trabalho da Paraíba (TRT-13), que terminou sem acordo entre a categoria e os empresários sobre o reajuste salarial.
A audiência, iniciada por volta das 15h e encerrada apenas no início da noite, contou com uma proposta feita pela presidente do TRT e pelo procurador do Ministério Público do Trabalho (MPT). O reajuste sugerido foi de 5% nos salários e um vale-alimentação de R$ 500 em janeiro, com aumentos gradativos para R$ 550 em julho e R$ 600 em dezembro. No entanto, os motoristas recusaram a oferta.
A categoria reivindica um aumento de 15%, mas na última contraproposta apresentada pelo Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Passageiros e Cargas da Paraíba (Simtro/PB), o pedido foi ajustado para um reajuste de 6%, além de uma comissão “batedor” de R$ 150 e um vale-alimentação de R$ 600. O Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros no Município de João Pessoa (Sintur-JP) propôs um reajuste linear de 5% e a manutenção do plano de saúde dos trabalhadores, proposta que já havia sido aprovada pelo Conselho Municipal de Transporte.
Com a falta de consenso, a questão será encaminhada para o pleno do TRT. Enquanto isso, os motoristas farão uma nova assembleia na manhã desta quinta-feira (30) para debater uma nova proposta, cujo teor ainda não foi divulgado pelo sindicato.
A greve tem impactado significativamente o transporte público da capital paraibana. A Justiça do Trabalho determinou que 60% da frota deve operar durante a paralisação. Contudo, há divergências entre os dados divulgados pelos sindicatos e pela Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de João Pessoa (Semob-JP). Segundo o Sintur-JP, 48,1% da frota estava circulando na terça-feira (28), enquanto a Semob registrou apenas 45,4% até o meio-dia do mesmo dia. Na segunda-feira (27), a circulação foi ainda menor, com apenas 25,49% dos ônibus operando até o meio-dia.
A Semob-JP segue monitorando a circulação dos ônibus para garantir o cumprimento da determinação judicial. Enquanto a greve continua, a população enfrenta dificuldades na mobilidade urbana, aguardando uma resolução para o impasse entre motoristas e empresários.
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