A Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus (FABUS) divulgou nesta quinta-feira os números de produção de carrocerias de ônibus referentes ao mês de agosto de 2024, revelando uma retomada significativa da indústria de transporte coletivo no Brasil. O mês fechou com a produção de 2.154 unidades, refletindo um aumento substancial tanto em relação ao mês anterior quanto ao mesmo período do ano passado. A Marcopolo, maior fabricante do setor, consolidou sua liderança com a produção de 720 unidades, seguida de perto pela Caio, que produziu 715 carrocerias.
O cenário de agosto aponta para uma recuperação firme da indústria, impulsionada pela demanda crescente de transporte coletivo, tanto no mercado interno quanto nas exportações. O aumento constante na produção mensal sinaliza otimismo entre os fabricantes, ao mesmo tempo que consolida a posição do Brasil como um dos principais polos de produção de ônibus no mundo.
Liderança de Marcopolo e da Caio
A Marcopolo, com 720 unidades produzidas em agosto, manteve sua posição de destaque no mercado, liderando também o segmento de exportações com 193 unidades enviadas ao exterior. No entanto, a Caio, com apenas cinco unidades a menos (715), mostrou força, especialmente no segmento de carrocerias urbanas, onde liderou com a produção de 550 unidades. Esse número reafirma a preferência das operadoras de transporte público pelo modelo de ônibus urbano da fabricante.
A Mascarello, com 294 unidades produzidas, figura em terceiro lugar no ranking geral, seguida pela Comil (160 unidades), Busscar (106 unidades), Neobus/Ciferal (93 unidades) e Irizar (66 unidades). Essas marcas, ainda que menores em volume de produção, têm sua relevância consolidada em nichos específicos do mercado, como exportações e segmentos rodoviários.
Desempenho por Segmento: urbanas, micro-ônibus e rodoviários
O segmento de carrocerias urbanas registrou a maior produção entre as diferentes categorias, com a Caio se destacando ao produzir 550 unidades. A Marcopolo ficou em segundo lugar, com 224 unidades, enquanto a Mascarello produziu 103 e a Comil com 8 unidades.
No mercado de micro-ônibus, a competição foi acirrada. A Mascarello liderou com 167 unidades, seguida de perto pela Caio, que produziu 165 unidades, e pela Neobus/Ciferal, com 93 unidades. Este segmento teve um total de 532 unidades fabricadas, mostrando um aumento expressivo na demanda por esse tipo de veículo, frequentemente utilizado em áreas suburbanas e rotas de curta distância.
Já no segmento rodoviário, onde os ônibus são destinados a viagens de longas distâncias, a Marcopolo liderou de maneira expressiva com 411 unidades produzidas. A Comil, segunda colocada, fabricou 145 unidades, seguida pela Busscar com 91 unidades e a Mascarello, que produziu 9 unidades. Este segmento, essencial para o turismo e o transporte interestadual, tem se mostrado resiliente e em constante expansão.
O segmento intermunicipal, voltado para ônibus que operam em áreas menores e rotas de média distância, teve uma produção mais tímida, com apenas 15 unidades fabricadas pela Mascarello. Esse setor ainda enfrenta desafios relacionados à demanda, mas continua a ser importante em determinadas regiões do país.
Comparação com o desempenho anterior
Os números de agosto de 2024 revelam um crescimento progressivo para a indústria de carrocerias de ônibus no Brasil. Em comparação ao mês anterior, julho de 2024, houve um aumento de 133 unidades produzidas, confirmando a tendência de recuperação. No mesmo período de 2023, a produção foi significativamente menor, com um acréscimo de 543 unidades, o que reflete o retorno da demanda após os impactos causados pela pandemia e crises econômicas globais.
Esse aumento constante mês a mês sinaliza uma recuperação sustentável do setor, que tem se adaptado às novas exigências do mercado e à renovação das frotas de transporte público nas grandes cidades e no interior.
Exportações em crescimento
As exportações também mostraram resultados positivos, com 341 unidades enviadas para o exterior em agosto de 2024, um aumento expressivo de 145 unidades em comparação ao mês anterior. A Marcopolo liderou esse movimento, com 193 ônibus exportados, seguida pela Irizar, que enviou 63 unidades, a Comil, que exportou 37 unidades, Mascarello com 26 unidades, Caio com 15 e Busscar com 7 unidades exportadas. O mercado internacional continua sendo uma importante válvula de escape para os fabricantes brasileiros, que enfrentam uma concorrência acirrada no mercado doméstico.
No acumulado do ano, o setor já exportou 1.809 unidades, reafirmando a relevância das fabricantes brasileiras no mercado internacional. A Marcopolo, mais uma vez, lidera o ranking com 705 unidades exportadas entre janeiro e agosto, seguida pela Irizar (475), Comil (270), Caio (154), Mascarello (150) e Busscar (55 unidades).
Análise dos números
A análise dos dados de produção em agosto de 2024 revela uma recuperação robusta do setor, com destaque para o aumento nas exportações e no segmento rodoviário. O crescimento de 133 unidades em comparação ao mês anterior, aliado ao aumento de 543 unidades em relação ao mesmo mês de 2023, demonstra que a demanda interna e externa por carrocerias de ônibus está em franco crescimento.
A divisão por segmentos também traz informações importantes: o mercado de carrocerias urbanas, com mais de 40% do total de produção, continua sendo o carro-chefe da indústria, enquanto o setor de micro-ônibus, com 29,37% de participação, apresenta forte competitividade. O segmento rodoviário, representando 29,49% da produção, também mostra fôlego, sobretudo com a liderança firme da Marcopolo.
A indústria de ônibus no Brasil caminha para fechar o ano de 2024 com números positivos, impulsionada pela retomada da economia, pela renovação de frotas e pela expansão das exportações. O desafio agora é manter esse ritmo de crescimento e acompanhar de perto as mudanças nas demandas do mercado, tanto interno quanto externo.
Veja os números:
Imagens: Rafael Wan Der Maas / Divulgação PB Rio
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